domingo, 10 de abril de 2011

Confidência

Eu nunca sofri nenhum grande trauma psicológico. Até onde eu sei. Eu estudei, esse assunto: a mente e o papel da memória. E é tudo muito maior do que a gente pensa. Porque a gente só pensa no consciente. A relação entre consciente e inconsciente é interessante. O que eu vou falar em seguida tem um porque: a gente esquece de lembrar muito mais que lembra. O subconsciente lembra o que temos de esquecer.

Eu faço a seguinte metáfora: quando nascemos, nossa mente é um lago seco. E partir das percepções, as palavras e as vivências, fazemos chover neste lago. A chuva é dinâmica e caí do alto, até tocar a superfície do lago. Nome modelo do meu entendimento, o lago é a o subconsciente. É quase impossível comprar o lago com uma gota de chuva, que é a memória daquele instante. Nos misturamos as memórias curtas, as memórias curtíssimas (que mal tomamos consciência) das memórias de dias/semanas e as memórias de anos. São todas memórias que permeia consciente E inconsciente, porque eles são contíguos, nos só o separamos na prática.

O lago (inconsciente na prática) e a chuva (o consciente) são feitas da mesma coisa: memórias e conexões. Mas enquanto uma cai e nos podemos percebe-la a outra está lá estática, quase que escondida por um espelho que é a superfície. Muitas coisas surgem daí, e eu já até sei de cosias erradas no meu modelo chuva-lago, mas o achei tão irado que decidi escrever sobre ele.

---Eu nunca sofri grandes traumas. Mas não adianta nada, se os outros sofreram, e eu posso saber disso, é como se eu tivesse sofrido---

Já fui o gordinho neguinho da turma. Nunca fiquei com Erica Borges. O que é realmente importante? Eu tenho dificuldades de manter as pessoas próximas até hoje, isso é importante. Posso trabalhar isso, ou não.

Eu escrevi assim, de um jeito diferente hoje. Porque eu sou diferente, a partir de hoje. Não mudamos todos os dias, porque você quem você é. A evolução não é uma mudança, mesmo sendo imprevisível.
A vida me transformou em alguém que não chora mais. Mas hoje eu quis chorar, como se isso fosse me lavar da realidade. Mas uma (não)solução paliativa, eventualmente, caí bem. A gente acha que já conviveu com muitas coisas na vida, mas tem sempre algo pior ai no mundo, coisas que nem no filme nos vemos.

escrevi mil coisas, a principio sem sentido, porque amanhã eu tenho de escrever um texto cientifico e preciso disso aqui pra esvaziar a cabeça dos preceitos textuais.

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